O governo está preparando medidas amplas para fomentar energias limpas e renováveis, incluindo um projeto de lei "do combustível do futuro", a fim de integrar os programas de biocombustíveis, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante entrevista concedida na manhã desta quarta-feira, 19 de abril, à CNN.
"Acho que vamos criar o maior programa do planeta de energia limpa e renovável", disse o ministro, ressaltando que o Brasil tem os elementos necessários para isso, como dimensão territorial, preço da terra, insolação, e ventos no Nordeste.
Segundo ele, o hidrogênio verde será um passo à frente nesse sentido, com potencial de ajudar a reindustrialização do país ser integrada à descarbonização das atividades econômicas.
Em relação à política de preços da Petrobras, Silveira disse que a governança da companhia, uma sociedade de economia mista e com capital aberto, listada inclusive na Bolsa de Nova York, será respeitada. "Mas vamos a clareza de que vamos valorizar o conteúdo local, a modernização das refinarias, para que possamos continuar não só a exportar petróleo cru, mas também nos tornarmos autossuficientes no refino de gasolina e, no médio prazo, também no diesel".
Para Silveira, o Brasil não pode "ficar à mercê do cartel da Opep", que reduz a produção quando os preços internacionais do petróleo chegam aos US$ 80 o barril para voltar a aumentar os preços.
O papel social da Petrobras, segundo o ministro, será reforçado. "Nós precisamos que ela cumpra seu papel social, o recado foi bem dado e espero que os resultados sejam promissores para atender o melhor custo/benefício dos consumidores brasileiros", afirmou.
O programa de vendas de ativos da Petrobras, conduzido pelos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, foi criticado pelo ministro, que chamou de "grave erro, para não dizer um ataque à soberania nacional". Ele afirmou que o projeto do governo atual, de Luiz Inácio Lula da Silva, busca uma Petrobras "competitiva, rentável, e cumprindo sem papel social".
"O governo anterior queria desmontar a empresa, para que num segundo mandato, que não aconteceu, ela fosse vendida, assim como a Eletrobras", afirmou.
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