O mercado livre de energia bateu recordes de migração no primeiro semestre deste ano, com a adesão de 3.330 novas unidades, o que representa um crescimento de 52% na comparação com a primeira metade do ano passado.
Até então, o recorde de migrações tinha sido em 2021, quando 3.072 novas cargas migraram para o mercado livre em seis meses. As informações são do recente boletim divulgado pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).
Entre as empresas que migraram para o mercado livre neste ano, destaque para as unidades dos ramos de comércio, serviços, alimentos, manufaturados diversos e saneamento básico.
A maior parte desses novos pontos ainda está concentrada no Sudeste e Sul do país, regiões onde a industrialização é mais intensa.
Porém, a CCEE chama atenção para um avanço significativo em estados como Pernambuco, Goiás e Ceará, que se tornam mercados com bom potencial de crescimento a partir da redução dos requisitos para migração de consumidores e da própria pulverização do ambiente livre.
As empresas buscam no mercado livre uma forma de economizar nos gastos com energia, que pode chegar a uma redução de até 30%. Além disso, o consumidor livre pode negociar as condições do contrato, como preço, volume, prazo de pagamento, entre outras variáveis – coisas que não são possíveis quando o consumidor está no mercado cativo (atendido exclusivamente pelas distribuidoras).
Lembrando que desde janeiro empresas com carga igual ou acima de 500 kW (sozinha ou em comunhão de cargas) podem migrar para o mercado livre. Antes o mínimo exigido era de 1000 kW.
A partir de 2024, todas as empresas conectadas na alta tensão, conhecidas como Grupo A, poderão migrar para o mercado livre, desde que representadas por um comercializador varejista. O potencial de migração chega a 72 mil novas cargas.
O comercializador varejista é responsável por comprar e vender energia para as pequenas e médias empresas. Ele também é responsável por garantir o cumprimento das obrigações financeiras e regulatórias do cliente junto à CCEE, simplificando o processo de adesão ao mercado livre.
“No mercado livre os clientes podem escolher o seu fornecedor. Essa liberdade permite negociar prazos, valores, comprar energia sob demanda e de fontes renováveis. Ainda é um segmento restrito aos grandes consumidores, mas estamos trabalhando para que fique acessível para toda a sociedade”, diz Talita Porto, vice-presidente do Conselho de Administração da CCEE.
O mercado livre tem 34,4 mil empresas, que juntas representam 37% do consumo nacional de energia elétrica.
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